quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bichos de Pelúcia

  [Nota: Então amigos consegui escapar da jaula e finalmente cheguei ao meu escritório em Trovoada, no entanto no caminho encontrei com uma menininha bem sinistra no trem que perguntou se podia sentar ao meu lado, eu como o verdadeiro gentleman que sou, permiti que a garota se sentasse ao meu lado, ela estava segurando um bicho de pelúcia marrom, e aí eu vi, costurado na parte de trás, uma bomba-relógio soltando pequeno beeps. Eu claro, peguei o bicho e atirei pela janela, ele só explodiu alguns segundos depois,pelo menos isso calou a boca da menina que chorava por que eu atirei o cachorro dela pela janela, então devido aos recentes acontecimentos escrevi isso, espero que gostem.]


  Acho fascinante certos bichos de pelúcia, é como se vivessem em um eterno estado de algo que não compreendemos.Nunca tive um bicho de pelúcia, confesso que acho eles meio assustadores, sempre com aquele sorriso pro seu lado e com os olhos de plástico te encarando, como se debochassem de algo que não sabemos.
  Ao mesmo tempo, acho que eles são seres mais fortes que nós, sempre sorrindo, sempre olhando pra frente, nunca perdendo a paciência ou a compostura, alheios a tudo e a todos à sua volta. Vivem em seu próprio mundinho.
  Partindo do princípio que bichinhos de pelúcia vivem em seu próprio mundinho, seria correto concluir que certas pessoas são como bichos de pelúcia, vivem sua própria fantasia, seu próprio jeito de viver, vivem alheios a tudo e a todos com quem convive. Mas aí vem a realidade e os transforma em apenas um pedaço de pano velho, rasgado, sujo e comido por traças. É Boa Gente, a realidade é feia, mas fazer o que, né?
  Bem e aqui estou eu no meio de uma reunião de filosofia em trovoada, alguns dos meus colegas de trabalho estão apresentando um trabalho lá na frente, mas eu estou aqui refletindo sobre o cachorro de pelúcia que é o estojo da minha assistente e me fez lembrar da bomba disfarçada da menina no trem. As pessoas percebem que eu não estou nem prestando atenção, mas tenho olhos só pro cachorro sinistro de pelúcia a me encarar com seu odioso sorriso enigmático. "Do que você ri?" pergunto pra ele em pensamento. Nada em resposta."Para de rir de mim!" penso novamente, e novamente somente o sorriso vazio costurado em sua boca a me encarar.Não se desfaz.
  Eu viro o cachorro de cabeça pra baixo e me levanto pra ir embora.Bichos de pelúcia me assustam.



  Ps: Novamente agradecendo à todos que passaram no 13 Preto e escutaram o desabafo de um homem que estava muito inspirado pra filosofar e escrever ao mesmo tempo. Acima, foto do bicho de pelúcia da menina do trem, é admito, nada bonito.
  Pps:Minha irmã está insistindo para que eu publique um texto que ela escreveu aqui no 13 preto, então o próximo texto a ser Postado será dela, a Dama do Anel Azul.

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